PLENILÚNIO
Desmaia o plenilúnio. A gaze pálida
Que lhe serve de alvíssimo sudário
Respira essências raras, toda a cálida
Mística essência desse alampadário.
E a lua é como um pálido sacrário,
Onde as almas das virgens em crisálida
De seios alvos e de fronte pálida,
Derramam a urna dum perfume vario.
Voga a lua na etérea imensidade!
Ela, eterna noctàmbula do Amor,
Eu, noctâmbulo da Dor e da Saudade.
Ah! Como a branca e merencória lua,
Também envolta num sudário - a Dor,
Minh'alma triste pelos céus flutua!