SONETO
Aurora morta, foge! Eu busco a virgem loura
Que fugiu-me do peito ao teu clarão de morte
E Ela era a minha estrela, o meu único Norte,
O grande Sol de afeto - o Sol que as almas doura!
Fugiu... E em si levou a Luz consoladora
Do amor - esse clarão eterno d'alma forte -
Astro da minha Paz, Sirius da ruinha Sorte
E da Noite da vida a Vênus redentora.
Agora, oh! minha Mágoa, agita as tuas asas,
Vem! Rasga deste peito as nebulosas gazas
E, num pálio auroral de Luz deslumbradora,
Ascende a Claridade. Adeus oh! Dia escuro,
Dia do meu Passado! Irrompe, meu Futuro;
Aurora morta, foge - eu busco a virgem loura!