V
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
biblio
A tomadia de La Pèlerine, a feitoria
francesa fundada em Pernambuco, notícias
de preparativos para fundarem-se outras, espancaram
finalmente a inércia real. Escrevendo a Martim
Afonso de Sousa a 28 de setembro de 32, anuncia-lhe
el-rei a resolução de demarcar a costa,
de Pernambuco ao rio da Prata, e doá-la em
capitanias de cinqüenta léguas: a de
Martim teria cem; seu irmão Pero Lopes seria
um dos donatários.
biblio A chegada do jovem guerreiro vitorioso em
Pernambuco mostrou mais uma vez a iminência
do perigo. Talvez a isto se devam certas medidas
desde logo tomadas ou pelo menos discutidas: liberdade
ampla de emigrar para o Brasil, preparo de uma armada
de três caravelas, cada uma com dez a doze
condenados à morte, “per farli desmontar
in terra, azió habiano a domestigar quel
paese, rispetto per non metter boni homini dabene
a pericolo”, assegurava, a 16 de julho de
33, o veneziano Pietro Caroldo, a quem devemos esta
notícia. Tal armada veio efetivamente?
biblio Sua vinda explicaria uma porção
de pontos obscuros.
biblio Os documentos mais antigos da doação
das capitanias datam de 1534.
biblio A demora entre o projeto e a execução
pode explicar-se pela vontade régia de esperar
a volta de Martim Afonso, ou pela dificuldade de
redigir as complicadas cartas de doações
e os forais que as acompanham ou, finalmente, pela
falta de pretendentes à posse de terras incultas,
impróprias para o comércio desde o
começo. Admira, até, como houve doze
homens capazes de empresa tão aleatória.
A nenhum dos membros da alta fidalguia tentou a
perspectiva de semear povos.
biblioOs donatários sairam em geral da pequena
nobreza, dentre pessoas práticas da Índia,
afeitas ao viver largo da conquista, porventura
coactas na malhas acochadas da pragmática
metropolitana. Muitos nunca vieram ao Brasil, ou
desanimaram com o primeiro revés. el-rei
cedeu às pessoas a quem doou capitanias alguns
dos direitos reais, levado pelo desejo de dar vigor
ao regime agora organizado; muitas concessões
fez também como administrador e grão-mestre
da Ordem de Cristo.
biblio Em tudo agiu “considerando quanto serviço
de Deus e meu e proveito dos meus reinos e senhorios,
e dos naturais e súditos deles é ser
a minha terra e costa do Brasil mais povoada do
que até agora foi, assim para se nela haver
de celebrar o culto e ofícios divinos, e
se exaltar a nossa santa fé católica,
com trazer e provocar a ela os naturais da dita
terra infiéis e idólatras, como por
o muito proveito que se seguirá a meus reinos
e senhorios, e aos naturais e súditos deles
de se a dita terra povoar e aproveitar”.
biblioOs donatários seriam de juro e herdade
senhores de suas terras; teriam jurisdição
civil e criminal, com alçada até cem
mil réis na primeira, com alçada no
crime até morte natural para escravos, índios,
peões e homens livres, para pessoas de mor
qualidade até dez anos de degredo ou cem
cruzados de pena; na heresia (se o herege fosse
entregue pelo eclesiástico), traição,
sodomia, a alçada iria até morte natural,
qualquer que fosse a qualidade do réu, dando-se
apelação ou agravo somente se a pena
não fosse capital.
biblio Os donatários poderiam fundar vilas,
com termo, jurisdição, insígnias,
ao longo das costas e rios navegáveis; seriam
senhores das ilhas adjacentes até distância
de dez léguas da costa; os ouvidores, os
tabeliães do público e judicial seriam
nomeados pelos respectivos donatários, que
poderiam livremente dar terras de sesmarias, exceto
à própria mulher ou ao filho herdeiro.
biblioPara os donatários poderem sustentar
seu estado e a lei de nobreza, eram-lhe concedidas
dez léguas de terra ao longo da costa, de
um a outro extremo da capitania, livres e isentas
de qualquer direito ou tributo exceto o dízimo,
distribuídas em quatro ou cinco lotes, de
modo a intercalar-se entre um e outro pelo menos
a distância de duas léguas; a redízima
(1/10 da dízima) das rendas pertencentes
à coroa e ao mestrado; a vintena do pau-brasil
(declarado monopólio real, como as especiarias),
depois de forro de todas as despesas; a dízima
do quinto pago à coroa por qualquer sorte
de pedraria, pérolas, aljôfares, ouro,
prata, coral, cobre, estanho, chumbo ou outra qualquer
espécie de metal; todas as moendas dágua,
marinhas de sal e quaisquer outros engenhos de qualquer
qualidade, que na capitania e governança
se viessem a fazer; as pensões pagas pelos
tabeliães; o preço das passagens dos
barcos nos rios que os pedissem; certo número
de escravos, que poderiam ser vendidos no reino,
livres de todos os direitos; a redízima dos
direitos pagos pelos gêneros exportados, etc.
biblio Os forais asseguravam aos solarengos: sesmarias
com a imposição única do dízimo
pago ao mestrado de Cristo; permissão de
explorar as minas, salvo o quinto real; aproveitamento
do pau-brasil dentro do próprio país;
liberdade de exportação para o reino,
exceto de escravos, limitados a número certo,
e certas drogas defesas (pau-brasil, especiarias,
etc.); direitos diferenciais que os protegeriam
da concorrência estrangeira; entrada livre
de mantimentos, armas, artilharia, pólvora,
salitre, enxofre, chumbo e quaisquer cousas de munições
de guerra; liberdade de comunicação
entre umas e outras capitanias do Brasil.
biblio Representantes do poder real só havia
feitores, almoxarifes e escrivães, incumbidos
de arrecadar as rendas da coroa. Para várias
capitanias existem nomeações de um
vigário e vários capelães:
sempre el-rei ao lado do grão-mestre de Cristo.
biblioNas terras dos donatários não
poderiam entrar em tempo algum corregedor, alçada
ou outras algumas justiças reais para exercer
jurisdição, nem haveria direitos de
siza, nem imposições, nem saboarias,
nem imposto de sal.
biblio Em suma, convicto da necessidade desta organização
feudal, d. João III tratou menos de acautelar
sua própria autoridade que de armar os donatários
com poderes bastantes para arrostarem usurpações
possíveis dos solarengos vindouros, análogas
às ocorridas na história portuguesa
da média idade. Ao ouvidor da capitania,
com ação nova a dez léguas
de sua assistência e agravo e apelação
em toda ela, caberia o mesmo papel histórico
dos juízes de fora no além-mar.
biblio Para evitar lutas como as que grassaram entre
a coroa ainda enfraquecida e os vassalos prepotentes,
proibiu-se de modo absoluto “partir [a capitania
e governança], nem escaimbar, espedaçar,
nem em outro modo alhear, nem em casamento a filho
ou filha, nem a outra pessoa dar, nem para tirar
pai ou filho ou outra alguma pessoa de cativo, nem
por outra cousa ainda que seja mais piadosa porque
minha tenção e vontade é que
a dita capitania e governança e cousas ao
dito capitão e governador nesta doação
dadas hão de ser sempre juntas e se não
partam nem alienem em tempo algum”. As dez
ou mais léguas de terras dadas aos donatários,
espaçadas entre si e alienáveis em
fatiotas, corresponderiam aos reguengos lusitanos.
biblio As capitanias foram doze, embora divididas
em maior número de lotes. Começavam
todas à beira-mar, e prosseguiram com a mesma
largura inicial para o ocidente, até a linha
divisória das possessões portuguesas
e espanholas acordada em Tordesilhas, linha não
demarcada então, nem demarcável com
os conhecimentos do tempo. Tàcitamente fixou-se
o limite na costa de Santa Catarina ao Sul, e na
costa do Maranhão ao Norte. A testada litorânea
agora dividida estendia-se assim por 735 léguas.
biblio No plano primitivo a demarcação
devia ir de Pernambuco ao rio da Prata, meta de
que afinal ficou cerca de 12 graus afastada; nele
não entrava a costa de Este-Oeste que, entretanto,
foi demarcada. Para a última decisão
é possível afluíssem as notícias
de Diogo Leite, incumbido de explorar aquela zona.
Só por considerações internacionais
se poderia explicar a fixação tácita
dos limites do Brasil em 28º 1/3. O rio da
Prata fora descoberta portuguesa; mas os espanhóis
já aí tinham estado bastante tempo,
derramado sangue e arriscado empresas: a eles competia
por todos os direitos, a começar pelo tratado
de Tordesilhas.
biblio A divisão das donatárias ainda
não foi descrita tão concisa e geogràficamente
como nos seguintes termos de D’Avezac, o único
que conseguiu dar certa forma a esta matéria
essencialmente refratária:
biblio “O limite extremo da mais meridional
destas capitanias, concedida a Pero Lopes de Sousa,
é determinado nas próprias cartas
de doação por uma latitude expressa
de 28º 1/3; confrontava, um pouco ao Norte
de Paranaguá, com a de S. Vicente, reservada
a Martim Afonso de Sousa, e que se estendia do lado
oposto até Macaé, ao Norte de Cabo
Frio, desenvolvendo assim mais de cem léguas
de costa, mas em duas partes que encravavam, desde
São Vicente até a embocadura do Juquiriquerê,
a de Santo Amaro, de dez léguas, adjudicada
a Pero Lopes, o irmão de Martim Afonso.
biblio Ao Norte dos domínios deste estava
a capitania de S. Tomé, cujas trinta léguas
iam expirar junto de Itapemirim; era o lote de Pero
de Góis, irmão do célebre historiador
Damião de Góis.
biblio Em seguida vinha a capitania do Espírito
Santo, outorgada a Vasco Fernandes Coutinho, cujo
linde ulterior era marcado pelo Mucuri, que a separava
da capitania de Porto Seguro, atribuída a
Pero do Campo Tourinho; esta prosseguia pelo espaço
de cinqüenta léguas até a dos
Ilhéus, obtida por Jorge de Figueiredo Correia,
igualmente de cinqüenta léguas, cujo
termo chegava rente à Bahia.
biblio A capitania da Bahia, doada a Francisco Pereira
Coutinho, se estendia até o grande rio de
S. Francisco; além estava a de Pernambuco,
adjudicada a Duarte Coelho, e que contava sessenta
léguas até o rio Iguaraçu,
junto ao qual Pero Lopes possuía terceiro
lote de trinta léguas, formando sua capitania
de Itamaracá até a baía da
Traição.
biblio Neste lugar começava, para se estender
sobre um litoral de cem léguas até
angra dos Negros, a capitania do Rio Grande, dada
em comum ao grande historiador João de Barros
e a seu associado Aires da Cunha; da angra dos Negros
ao rio da Cruz quarenta léguas de costas
constituíam o lote concedido a Antônio
Cardoso de Barros: o rio da Cruz ao cabo de Todos-os-Santos,
vizinho do Maranhão, eram adjucadas setenta
e cinco léguas ao vedor da fazenda Fernand’Alvares
de Andrade: e além vinha enfim a capitania
do Maranhão, formando segundo lote para a
associação de João de Barros
e Aires da Cunha, com cinqüenta léguas
de extensão sobre o litoral, até a
abra de Diogo Leite, isto é, até cerca
da embocadura do Turiaçu”.
biblio Das setecentas e trinta e cinco léguas
de litoral demarcado para as capitanias podemos
desde já apartar as duzentas e sessenta e
cinco doadas a João de Barros, Fernand’Álvares,
Aires da Cunhas e Antônio Cardoso de Barros.
Os esforços para ocupá-las mangraram;
o povoamento fêz-se mais tarde, com gente
nascida ou estabelecidas em outros pontos do Brasil:
representam uma formação secundária
na história pátria. Convém
também apartar as duzentas e trinta e cinco
léguas demarcadas entre o extremo da capitania
dos Ilhéus na baía de Todos-os-Santos
e o rio Curupacé, e mais quarenta léguas
de Cananéia para a terra de Sant’Ana.
Aqui houve logo tentativas de povoamento: ainda
hoje existem vilas fundadas na quarta década
do século XVI; mas os colonos tiveram pela
frente a mata virgem, os rios encachoeirados, as
serranias ínvias, não souberam vencê-los
e só impulsionaram a história do Brasil
quando os venceram. A primeira vitória decisiva
foi ganha no rio de Janeiro, já no século
XVIII, com o auxílio dos paulistas; desde
então o Rio figura como fator cada vez mais
importante. Outros pontos, como Vitória,
Porto Seguro, Ilhéus, esperaram ou estão
esperando as vias férreas.
biblio Restam as cento
e quarenta léguas estendidas da baía
da Traição à de Todos-os-Santos,
as cinqüenta e cinco léguas inseridas
entre o Curupacé e Cananéia, em outros
termos: a capitania de Duarte Coelho, parte da de
Martim Afonso de Sousa, os troços da capitania
da Bahia depois da morte do primitivo donatário.
biblio A história do Brasil no século
XVI elaborou-se em trechos exíguos de Itamaracá,
Pernambuco, Bahia, Santo Amaro e S. Vicente, situados
nestas cento e noventa e cinco léguas de
litoral.
biblio Martim Afonso conservara-se na vila de S.
Vicente à espera da gente mandada às
minas que, segundo a tradição, trucidaram
os Carijós do Iguaçu, quando tornava
da sua arriscada expedição. Uma carta
régia trazida por João de Sousa informou-o
dos novos planos de colonizar, deixando-lhe ao arbítrio
permanecer ou tornar para o Reino. Em começo
de 33 partiu para Portugal. Desde então seus
feitos pertencerem a outras partes do mundo.
biblio Em seu lugar ficou governando no civil, concedendo
sesmarias, provendo ofícios, o padre Gonçalo
Monteiro, também vigário. O governo
das armas exerceram-no Pero de Góis e Rui
Pinto. O primeiro quis expulsar do Iguape alguns
espanhóis que ali se refugiaram, vindo do
Paraguai. Surtiu-lhe mal o lance. Os espanhóis
derrotaram a força, aprisionaram o comandante,
invadiram e saquearam S. Vicente. Ou achasse meio
de fugir, ou aos inimigos bastasse o escarmento,
já estava no velho mundo em 1536, como se
concluiu do foral de sua capitania datado de 26
de fevereiro.
biblio Desde Bertioga até o Cabo Frio continuavam
implacáveis os Tupinambás, combatendo
e atacando por terra e por mar contra os Peró,
e a favor dos Maïr. Num dos combates sucumbiu
Rui Pinto. Cunhambebe, truculento maioral tamoio,
guardava entre os outros troféus o hábito
e a cruz de Cristo deste cavaleiro.
biblio Aparece-nos entre os primeiros povoadores
Brás Cubas, jovem criado de Martim Afonso,
que aportou a S. Vicente em 1540, governou mais
de uma vez a terra, guerreou contra os Tamoios,
fortificou Bertioga, entrada preferida por estes
inimigos, e fundou a vila de Santos, que possuía
melhor porto e facilmente superou a primogênita
de Martim Afonso. Mais tarde empenhou-se na cata
de minas, e consta haver achado algum ouro.
biblio À roda destas vilas fundaram engenhos,
além dos portugueses, os flamengos Schetz
ou Esquertes, como o pronunciava o povo, e os Dorias,
genoveses. Diz-se até, porém não
deve ser exato, que desta procedem as canas plantadas
em outras capitanias. Tais engenhos, com as distâncias
e a raridade de comunicações, deviam
ter desenvolvimento medíocre.
biblio Da vila fundada em Piratininga conhecemos
a mera existência ou pouco mais. A situação
no descampado dificultava surpresas inimigas. O
trânsito do Paraguai dava-lhe algum movimento.
As cabanas de João Ramalho e dos mamalucos
seus filhos e parentes, no outro lado da serra donde
as águas já corriam para o Prata,
apregoavam a vitória alcançada sobre
a mata virgem do litoral, vitória obtida
aqui mais cedo que em qualquer outra parte do Brasil,
porque os colonos apenas continuaram a obra dos
indígenas, já achando aberto por cima
de Paranapiacaba e aproveitando a trilha dos Tupiniquins.
biblio Na capitania de Pernambuco, depois de estabelecido
Igaraçu, Duarte Coelho passou algumas léguas
mais ao Sul, e assentou a capital de seus domínios
em Olinda. O porto de somenos capacidade bastava
às pequenas embarcações. A
vizinhança dos Tabajaras (Tupiniquins) compensava
as investidas constantes dos Petiguares (Tupinambás).
A energia do donatário continha a turbulência
dos colonos. Nas várzeas surgiam canaviais
e engenhos; a lavoura de mantimentos aproveitou
os altos: pau-brasil existia no litoral e no sertão;
e estando esta capitania, de todas a mais oriental,
a menor distância do Reino, aqui mais que
alhures freqüentavam os navios de além-mar,
e prosperava o comércio. Os mares piscosos
traziam a fartura, e alentavam a costeagem; caravelões
espantavam os franceses, que desde então
começaram a evitar aquelas paragens. O nome
de Nova Lusitânia dado pelo donatário
à sua colônia, se por um lado figura
esperanças de futuro, simbolizava por outro
o orgulho da própria obra. Nas armas concedidas
por d. João III em 6 de junho de 1545 cinco
castelos representavam os cinco centros de povoações
criadas por Duarte Coelho. Infelizmente conhecemos
só Igaraçu, Olinda e, quiçá,
Paratibe.
biblio Da capitania de Itamaracá foram recursos
para a de Pernambuco, quando os Petiguares puseram
cerco em Igaraçu e levaram-no aos últimos
apuros. Mais tarde as relações estremeceram.
Queixa-se Duarte Coelho de desrespeitos constantes
à sua autoridade; de Itamaracá teve
de retirar-se um capitão, por Duarte Coelho
haver mandado dar-lhe uma cutilada: a pequena distância
gerou dissensões. Contudo, os colonos de
Pero Lopes tiveram a habilidade de conciliar os
Tupinambás da serra, e como não avançaram
pelo litoral para as terras do Paraíba, centro
dos Petiguares amigos dos franceses, seu desenvolvimento
correu pacífico e contínuo por algum
tempo.
biblio Largos recursos naturais facilitavam a obra
de Francisco Pereira Coutinho: baía vasta
como um mediterrâneo, esteiros numerosos franqueando
entrada a cada passo, correntes numerosas para moverem
engenhos, matas virgens ao lado de terrenos mal
vestidos; onde o gado podia medrar à lei
da natureza, situação vantajosa no
centro das outras capitanias.
biblio Faltava pau-brasil na vizinhança,
mas o afastamento dos franceses, daí resultante,
compensava bem a pobreza e, não instigados
pelos franceses, os Tupinambás mostrariam
disposições menos malévolas.
Por que não foi avante, com tudo isso, Francisco
Pereira Coutinho?
biblio Não soube dominar os elementos que
importou, nem se impôs à indiada das
adjacências. Tais apuros sofreu quem pereceria
sem os socorros mandados dos Ilhéus.
biblio Mais tarde recolheu-se a Porto Seguro, cansado
e velho, pouco disposto a continuar; mas os ânimos
serenaram na Bahia, e tornava esperançado,
quando foi morto ao desembarcar. Nas lutas com os
índios mandara matar um dos cabecilhas: prisioneiro
agora, foi ritualmente sacrificado por um irmão
do finado, de cinco anos, tão pequeno que
foi preciso segurarem-lhe a massa do sacrifício,
segundo tradição conservada num escrito
jesuítico.