José Vieira Couto de Magalhães (Minas, 1837-1898) foi um infatigável estudioso dos nossos sertões e no estudo das línguas indígenas despendeu boa parte da sua atividade.

 

Envolvido na política do Império, e afiliado ao Partido Liberal, presidiu as províncias de Goiás, Pará, Mato Grosso e São Paulo. Na penúltima dessas presidências prestou relevantes serviços, desoprimindo da invasão paraguaia uma parte da província; e, como prêmio das vitórias que nisso alcançou, foi galardoado com o posto de brigadeiro honorário, distinção que então rarissimamente se concedia a civis.

 

São as suas obras mais importantes: O Selvagem, tratado do idioma, dos costumes, mitos e crenças dos nossos índios, uma Viagem ao Araguaia; A Revolta de Felipe dos Santos em 1720; Os Guaianases. Anchieta e as Línguas Indígenas, por ocasião do tri-centenário do famoso jesuíta, etc.

 

Depois da revolução de 1889, que o foi colher na presidência de São Paulo, Couto de Magalhães retraiu-se da vida pública, posto que de vez em quando corajoso protestasse contra abusos e violências. Surpreendeu-lhe a morte, no Rio de Janeiro, após alguns desvarios mentais, para que não achara completa cura na Europa.

 

Fonte:

Anthologia Nacional ou Collecção de Excerptos dos Principaes escriptores da Língua Portugueza - Fausto Barreto e Carlos de Laet
Livraria Francisco Alves - Paulo de Azevedo e Cia
8ª edição - 1918