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José
Bonifácio (J. B. de Andrada e Silva, o Moço), poeta, professor, orador e
político, nasceu
em Bordéus, França, em 8 de novembro de 1827, durante
o exílio dos Andradas na França, e faleceu em São Paulo, SP, em 26 de outubro
de 1886. É o patrono da Cadeira n. 22, por escolha do fundador Medeiros e
Albuquerque.
Filho de
Martim Francisco e Gabriela Frederica Ribeiro de
Andrade e sobrinho do Patriarca da Independência. Começou o curso secundário na
Escola Militar (1842-45), mas logo abandonou o projeto da carreira de armas,
por motivos de saúde. Formou-se em Direito, em 1853, pela Faculdade de São
Paulo. Ensinou como substituto na Faculdade de Direito do Recife (1854-58),
vindo a fixar-se depois em São Paulo, onde se consagrou como professor
catedrático nas Arcadas paulistas. Fez do ensino eficaz instrumento de pregação
liberal, exercendo influência em discípulos como Rui Barbosa, Castro Alves,
Afonso Pena, Salvador de Mendonça e Joaquim Nabuco. Deputado provincial (1860)
e geral, por duas legislaturas (1861-68), ministro da Marinha (1862) e do
Império (1864) no Ministério Zacarias. Defendeu a descentralização
administrativa, os ideais de uma burguesia romântica e progressista e o que, na
linguagem parlamentar de então, se dizia a "soberania popular".
Eleito senador em 1879, foi um dos participantes da campanha abolicionista.
Rejeitou, em 1883, a Presidência do Conselho, oferecida por D. Pedro II. Sua
conduta política e seu ininterrupto contato com os discípulos tornaram-no o
ídolo de toda a geração emancipadora, a que se
filiaram Rui Barbosa, Castro Alves e Joaquim Nabuco. Enquanto orador, desejou
ser a voz de todos os problemas do país: na campanha abolicionista, na oposição
liberal e na Guerra do Paraguai.
Em suas
manifestações literárias, permaneceu o mesmo retórico apaixonado. Sua maneira
de poetar, manifesta em Rosas e goivos, publicado em 1848, coincide com o
Romantismo extremado e juvenil que cultivavam seus colegas de Academia: Álvares
de Azevedo, Bernardo Guimarães e Aureliano Lessa. Oscila entre o byronismo mórbido e quase irônico de Álvares de Azevedo e a
oratória condoreira de Tobias Barreto e Pedro Luís.
Se os
historiadores literários o colocam entre os "poetas menores" do
Romantismo, os que conviveram com ele testemunham o halo de respeito que o
circundava. No dia seguinte à sua morte, ocorrida subitamente, em São Paulo,
Joaquim Nabuco chamou-lhe "a mais nobre, a mais pura, a mais alta
individualidade do nosso país". E Rui Barbosa exaltou-o como guia supremo
da última geração, situando-o na esfera da política e da oratória, onde a
História o colocou; não entre os autênticos poetas, mas entre os homens de
pensamento e de ação.
Obras: Rosas e goivos, poesia (1848): Memória
histórica da Faculdade de Direito de São Paulo (1859); Discursos parlamentares
(1880); Poesias, texto organizado e apresentado por Alfredo Bosi e Nilo Scalzo (1962).
Em Antologia Nacional, de Fausto Barreto e Carlos de Laet
– Livraria Francisco Alves 8ª Edição, 1918.
José Bonifácio de Andrada e Silva (Bordéus,
1827-188G) é vulgarmente cognominado o Segundo ou o Moço, para diferençar-se do
seu tio e homônimo, patriarca da nossa Independência. Estudou primeiramente a
Matemática na antiga Escola Militar do Rio, depois o Direito em São Paulo, onde
se formou. Foi provido numa cadeira jurídica da Faculdade do Recife, e, tendo
encetado a sua carreira parlamentar na Assembléia Provincial de São Paulo, em
1860, chegou a senador, e foi ministro de estado duas vezes, numa das quais
apenas sete dias. Depois recusou a presidência do Conselho.
Pelejou sempre nas fileiras do Partido Monárquico liberal, mas era o seu
liberalismo avesso a todas as paixões demagógicas. Odiava o sangue e trajava a
túnica alvíssima das mais generosas utopias.
Grandes foram os seus triunfos oratórios, pelo brilho da frase e arrojo das
imagens, nem lhe faleceram estas qualidades em muitas produções poéticas. De
alguns de seus discursos fez-se interessante volume.