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Antônio Austregésilo (A. A. Rodrigues Lima), médico, professor e ensaísta, nasceu em Recife, PE, em 21 de abril de 1876, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 23 de dezembro de 1960. Eleito em 29 de agosto de 1914 para a Cadeira n. 30, na sucessão de Heráclito Graça, foi recebido em 3 de dezembro de 1914, pelo acadêmico Mário de Alencar.
Era filho do advogado José Austregésilo Rodrigues Lima e de Maria Adelaide Feitosa Lima. Educou-se no Colégio das Artes, em Recife. Lá conheceu Tobias Barreto e participou, precocemente, do movimento literário e artístico da Escola de Recife. Aos 16 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro para cursar a Faculdade de Medicina. Teve, entre seus mestres, Francisco de Castro, que exerceu grande influência sobre ele. Formou-se em 1899, defendendo a tese Estudo clínico do delírio. Foi o início da copiosa bibliografia que deixou sobre doenças mentais.
Em 1901, Miguel Couto, catedrático da Faculdade de Medicina, designou o jovem dr. Antônio Austregésilo para diretor de laboratório; em 1902, tornou-se médico da Santa Casa de Misericórdia. No governo Rodrigues Alves (1902-1906), integrou a equipe do professor Juliano Moreira, que assumira a Diretoria de Assistência aos Alienados. Foi o seu reencontro com a neurologia, que veio a ser sua especialização. Em 1909, foi designado, pela Congregação da Faculdade de Medicina, para professor substituto de Clínica Médica, Patologia Interna e Clínica Propedêutica. Em 1912, foi designado professor da recém-fundada cátedra de Neurologia na Universidade do Brasil. Principiou ali a sua grande obra de mestre, lançando no Brasil as bases de uma especialidade nova e criando a primeira escola de Neurologia.
Fundador dos Arquivos Brasileiros de Medicina e dos Arquivos Brasileiros de Neurologia e de Psiquiatria, representou o Brasil em vários congressos internacionais de Neurologia. Foi deputado federal por Pernambuco, de 1922 a 1930; membro da Academia Nacional de Medicina e da Sociedade Brasileira de Neurologia, das quais foi presidente; membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa; membro correspondente da Academia de Medicina de Paris e da Academia de Medicina de Nova York; membro honorário de todas as associações médicas do Brasil e da América do Sul; professor Honorário da Faculdade de Medicina de Pernambuco; e professor emérito da Universidade do Brasil.
Além de numerosas obras de medicina e psicologia, escreveu ensaios que evidenciam as qualidades do escritor. Seu pendor literário foi para o Simbolismo.
Obras: Manchas, prosa poética (1898); Palavras acadêmicas, discursos (1916); Pequenos males, ensaio (1917); O mal da vida, ensaio (1920); Em Pernambuco, discursos e impressões de viagem (1920); Preceitos e conceitos, ensaio (1921); Educação da alma, ensaio (1921); Pessimismo risonho, ensaio (1922); Livro dos sentimentos, ensaio (1923); Meditações, ensaio (1923); Perfil da mulher brasileira, ensaio (1924); As forças curativas do espírito, ensaio (1926); O meu e o teu, forças psicológicas, ensaio (1932); Caracteres humanos, ensaio (1933); Lições da vida, ensaio (1934); Disciplina espiritual, ensaio (1934); Ascensão espiritual, ensaio (1934): Pensar, sentir e atuar, ensaio (1935); Viagem interior (1935); Estátuas harmoniosas, ensaio (1940); Perfis de loucos, estudos psicológicos (1943); Afeto e inteligência, ensaio (1943); Moral biológica, ensaio (1945); Da biótica humana, ensaio (1953); Vidas desgraçadas, romance (1950).
MEDICINA E PSICOLOGIA: Estudo clínico do delírio, tese (1899); Clínica neurológica, 3 vols. (1917, 1923 e 1945); Clínica médica (1917); As psiconeuroses (1933); Novas aquisições no domínio da neurologia (1934); L’Analyse mentale dans les psychoneuroses (1936); Patologia mental (1948); Psicologia e psicoterapia (1951).
Quase todas as obras de Antônio Austregésilo foram traduzidas para o espanhol. As obras completas foram publicadas, em 10 volumes, pela Editora Guanabara (1945-1947).