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Augusto Meyer, jornalista, poeta, ensaísta, memorialista e folclorista, nasceu em Porto Alegre, RS, em 24 de janeiro de 1902, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 10 de julho de 1970. Eleito em 12 de maio de 1960 para a Cadeira n. 13, na sucessão de Hélio Lobo, foi recebido em 19 de abril de 1961, pelo acadêmico Alceu Amoroso Lima.

Era filho de Augusto Ricardo Meyer e de Rosa Meyer. Fez seus estudos na cidade natal, mas logo deixou os cursos regulares para estudar línguas e literatura, dedicando-se a escrever. Colaborou, com poemas e ensaios críticos, em diversos jornais do Rio Grande do Sul, especialmente Diário de Notícias e Correio do Povo. Estreou na literatura em 1920, com o livro de poesias intitulado A ilusão querida, mas foi com os livros Coração verde, Giraluz e Poemas de Bilu que conquistou renome nacional. Esses livros e outras produções posteriores foram depois reunidos em Poesias (1957). Pseudônimo: Guido Leal.

Foi diretor da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul, de 1930 a 1936. Organizou o Instituto Nacional do Livro, em 1937, tendo sido seu diretor por cerca de trinta anos. Detentor do Prêmio Filipe de Oliveira (memórias) em 1947 e do Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, em 1950, pelo conjunto da sua obra literária. Dirigiu a cadeira de Estudos Brasileiros na Universidade de Hamburgo, Alemanha, e foi adido cultural do Brasil na Espanha.

Augusto Meyer faz parte do modernismo gaúcho, introduzindo uma feição regionalista na poesia. Há também em seus versos uma linha lírica, quando evoca a infância, num misto de memória e autobiografia. Completa com Raul Bopp e Mário Quintana a trindade modernista do Rio Grande do Sul.

Como ensaísta, deixou no estudo sobre Machado de Assis um dos trabalhos exegéticos mais importantes sobre o escritor maior das letras brasileiras, que ele tanto admirava. Sua obra de crítico abrange uma vasta gama de interpretações, de autores nacionais e estrangeiros, sendo responsável pela sua divulgação no Brasil.

A literatura e o folclore do Rio Grande do Sul também foram estudados em obras fundamentais. Cultivou uma espécie de memorialismo lírico em Segredos da infância e No tempo da flor, as conhecidas obras-primas de Augusto Meyer. Com recursos de poeta e de pintor, o memorialista nos impõe, persuasivo, a presença de seus fantasmas familiares, e daí passa aos da sua roda, aos da cidade, aos do mundo.

Obras POESIA: A ilusão querida (1923); Coração verde (1926); Giraluz (1928); Duas orações (1928); Poemas de Bilu (1929); Sorriso interior (1930); Literatura & poesia, poema em prosa (1931); Poesias 1922-1955 (1957); Antologia poética (1966).

CRÍTICA E ENSAIO: Machado de Assis (1935); Prosa dos pagos (1943); À sombra da estante (1947); Notas camonianas, separata da Revista Brasileira de Filologia (1955); Le Bateau ivre Análise e interpretação (1955); Preto & Branco (1956); Gaúcho, história de uma palavra (1957); Camões, o bruxo e outros estudos (1958); A chave e a máscara (1964); A forma secreta (1965).

MEMÓRIAS: Segredos da infância (1949); No tempo da flor (1966).

FOLCLORE: Guia do folclore gaúcho (1951); Cancioneiro gaúcho (1952). Seleta em prosa e verso (1973).