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Aurélio de Lyra Tavares, engenheiro civil, general-de-exército, ensaísta, historiador da engenharia militar e memorialista, nasceu em João Pessoa, PB, em 7 de novembro de 1905. Eleito em 23 de abril de 1970 para a Cadeira n. 20, na sucessão de Múcio Leão, foi recebido em 2 de junho de 1970, pelo acadêmico Ivan Lins.

Filho de João Lyra Tavares, falecido como senador da República, e de Rosa Amélia de Lyra Tavares. Casou-se, em 1934, com a Sra. Isolina de Lyra Tavares, tem duas filhas e um neto.

Matriculou-se, em 1917, no Colégio Militar do Rio de Janeiro, concluindo o curso em 1922. Como aluno, foi diretor da revista literária A Aspiração. É praça de 23 de fevereiro de 1923, quando se matriculou na Escola Militar. Foi declarado aspirante-a-oficial da Arma de Engenharia em 30 de dezembro de 1925. Como cadete, foi diretor da Revista da Escola Militar e orador oficial da Sociedade Acadêmica. Ao ser declarado aspirante, recebeu da Missão Militar Francesa os Prêmios de "Tática Geral" e "História Militar".

Diplomou-se bacharel em Direito, em dezembro de 1929, pela Faculdade de Direito da Universidade do Brasil, e engenheiro, em dezembro de 1930, pela Escola de Engenharia da Universidade do Brasil. Em 1931, recebeu o "Prêmio Rio Branco", conferido pela Congregação da Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Cursou, de 1936 a 1939, a Escola do Estado-Maior do Exército, sendo diplomado com "Menção Honrosa". Em setembro de 1943, concluiu o curso de Comando e Estado-Maior do Exército norte-americano no Fort Leawenworth (Kansas).

Na carreira militar, desempenhou inúmeras missões, entre as quais destacam-se: Observador Militar junto ao Exército norte-americano nas operações de invasão da África do Norte, em outubro de 1943; membro do Estado-Maior Especial para a organização da Força Expedicionária Brasileira, de outubro de 1943 a maio de 1945; Subchefe da Missão Militar Brasileira na Alemanha durante a ocupação daquele país, em dezembro de 1945, onde permaneceu até 1950. Durante o bloqueio de Berlim, em 1948, chefiou a Missão Militar Brasileira na ocupação da Alemanha. Chefe de Gabinete do Estado-Maior do Exército, de junho a dezembro de 1955; promovido a general-de-brigada, em 30 de dezembro de 1955; diretor de Comunicações do Exército, de janeiro de 1958 a fevereiro de 1960; comandante da 2a Região Militar (São Paulo), de janeiro de 1962 a março de 1963; comandante do IV Exército, a partir de 1o de outubro de 1964. Promovido a general-de-exército, em 25 de novembro de 1964, foi chefe do Departamento de Produção e Obras, a partir de 18 de novembro de 1965; comandante da Escola Superior de Guerra, a partir de 28 de setembro de 1966 e ministro do Exército, em 15 de março de 1967.

Foi embaixador do Brasil na França durante o período de 1o de junho de 1970 a 16 de dezembro de 1974.

É sócio benemérito do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil; sócio do Instituto do Ceará e sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais. Recebeu numerosas condecorações nacionais, entre as quais: Grã-Cruz da Ordem do Rio Branco — Ministério do Exterior; Grã-Cruz da Ordem do Mérito Militar; Grande Oficial de Ordem do Mérito Naval; Grande Oficial da Ordem do Mérito Aeronáutico; Medalha do Mérito Tamandaré; Medalha do Mérito Santos Dumont; Medalha Tiradentes; Medalha da Cruz do Mérito da Educação Moral e Cívica (Ministério da Educação). E estrangeiras: Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito, da França; Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique de Portugal; Grã-Cruz da Ordem do Mérito Militar da Argentina, do Chile, do Paraguai e do Peru; Comandante da Legião do Mérito dos Estados Unidos.

Obras: Domínio territorial do Estado, ensaio (1931); História da arma de engenharia, história (1942); Quatro anos na Alemanha ocupada, memórias (1951); Território nacional, ensaio (1955): Temas da vida militar, ensaio (1965); A engenharia militar portuguesa na construção do Brasil, história (1965); Além dos temas da caserna, ensaio (1968); A independência do Brasil na imprensa francesa, ensasio (1973); A Amazônia de Júlio Verne, ensaio (1973); O Brasil de minha geração, memórias, 2 vols. (1976-1977); Brasil-França ao longo de cinco séculos, história (1978); Crônicas ecléticas (1981); Vilagran Cabrita e a engenharia de seu tempo, história (1981); Reminiscências literárias, conferência (1982); O centenário de Augusto dos Anjos, conferência (1984); Nosso exército, essa grande escola (1985); Aristides Lobo e a República, história (1987); e ainda conferências e discursos sobre temas militares.