Gentileza Academia Brasileira de Letras
www.academia.org.brManuel de Oliveira Lima, um dos mais notáveis historiadores brasileiros nasceu na capital de Pernambuco em 25 de novembro de 1867. Filho de Luís de Oliveira Lima e Maria Benedita de Oliveira Lima, faleceu em Washington (Estados Unidos da América), em 24 de março de 1928.
Membro fundador da Academia Brasileira de Letras, foi educado em Lisboa desde a mocidade. Familiarizou-se com os diplomatas brasileiros que serviam em Portugal, especialmente com Lopes Gama, o barão de Carvalho Borges e o barão de Aguiar de Andrada para os quais prestou serviços de cópias de ofícios e notas. Freqüentou a Faculdade de Letras de Lisboa e estudou no Colégio Lazarista o curso de Humanidades.
Oliveira Lima aproveitou sua permanência na antiga metrópole para dedicar-se a profundas pesquisas de caráter histórico.
Entrou no serviço diplomático brasileiro em 1890 como Adido à legação em Lisboa e, no ano seguinte, era promovido a Secretário. Mais tarde, sob a chefia do barão de Itajubá, desenvolveu sua atividade em Berlim. Em 1896 foi transferido para Washington, na qualidade de Primeiro Secretário, às ordens de Salvador de Mendonça. Já publicara até esse ano três livros: "Pernambuco, seu desenvolvimento histórico", "Sete anos de República"e "Aspectos da literatura colonial".
De Washington passou mais tarde para Londres onde conviveu durante algum tempo com Joaquim Nabuco, Eduardo Prado, Graça Aranha e José Carlos Rodrigues.
Nova designação levou Oliveira Lima ao Japão e, em 1904, à Venezuela, nomeação esta que desgostou profundamente o historiador.
Acrescentara à sua bibliografia novas obras: "Memória sobre o descobrimento do Brasil", "História do reconhecimento do Império", "Elogio de F. A. Varnhagen", "No Japão"e "Secretário Del-Rei"(peça histórica).
A atividade literária de Oliveira Lima se estendia à colaboração em jornais de Pernambuco e de São Paulo, dando margem à publicação de "Pan-Americanismo" e "Coisas Diplomáticas".
Em 1907 foi nomeado para chefiar a legação do Brasil em Bruxelas, cumulativamente com a da Suécia.
Em 1913 o Senado brasileiro vetou a indicação do nome de Oliveira Lima para a chefia de nossa legação em Londres, sob a acusação de monarquista. O veto se deveu à interferência, naquela Casa, do Senador Pinheiro Machado.
Ficando jubilado, prosseguiu Oliveira Lima no acabamento de seus escritos de natureza histórica fixando residência em Washington onde teve oportunidade de prestar relevantes serviços na Universidade Católica, à qual legaria sua magnífica biblioteca.
"Dom João VI", sua obra mais importante já fora publicada em 1909, tendo sido seguida pelo "O movimento da Independência"(1922).
Segundo opinião de Américo Lacombe, "toda a intriga contra Oliveira Lima se fez em torno de dois pontos: o seu monarquismo e os seus ataques à carreira em seus livros".
A publicação póstuma das "Memórias" de Oliveira Lima teve enorme repercussão, sobretudo pelas revelações íntimas e apreciações críticas feitas pelo grande historiador pernambucano.