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Vianna Moog (Clodomir V. M.), advogado, jornalista, romancista e ensaísta, nasceu em São Leopoldo, RS, em 28 de outubro de 1906, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 15 de janeiro de 1988. Eleito em 20 de setembro de 1945 para a Cadeia n. 4 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Alcides Maya, foi recebido por Alceu Amoroso Lima em 17 de novembro de 1945.

Filho de Marcos Moog, funcionário federal, e de Maria da Glória Vianna Moog, professora pública, foi aluno da escola dirigida por sua mãe na cidade natal e, depois, do Colégio Elementar Visconde de São Leopoldo.

Após a morte da mãe, freqüentou como aluno interno, durante dois anos, o Instituto São José, de Canoas, dirigido pelos Irmãos Lassalistas. Cursou também em 1917 o Colégio São Jacó, de Hamburgo Velho, dos Irmãos Maristas. Em 1918 ingressou no ginásio Júlio de Castilhos, de Porto Alegre, onde concluiu os preparatórios. Queria seguir a carreira militar e, para isso, veio ao Rio prestar exame na Escola Militar do Realengo. Como, porém, nesse ano, não se abrissem as provas vestibulares, voltou logo para Porto Alegre, onde trabalhou algum tempo no comércio, e, em 1925, matriculou-se na Faculdade de Direito. Foi nomeado, no mesmo ano, guarda-fiscal interino da Repressão do Contrabando na Fronteira e designado para a Delegacia Fiscal daquela cidade.

Em 1926 prestou concurso para agente fiscal de imposto de consumo. Classificou-se em segundo lugar e serviu dois anos na cidade de Santa Cruz e um na cidade do Rio Grande. Colou grau como bacharel em Direito a 9 de janeiro de 1930. E foi orador da turma.

Participou da campanha política da Aliança Liberal e dos entusiasmos da Revolução de Outubro de 1930. As suas atividades jornalísticas só começaram depois da vitória da Revolução. Foi removido para a capital do Estado como agente fiscal e combateu o tenentismo pelas colunas do Jornal da Noite.

Em 1932, como participante da Revolução Constitucionalista, foi preso e transferido da capital do Rio Grande do Sul para a capital do Amazonas. Pouco depois foi para Teresina. E do Piauí retornou a Manaus. Desta vez serviu no interior até que a anistia, concedida pelo Congresso em 1934, o restituísse ao Sul. Foi no período de exílio que começou propriamente a sua atividade literária. No Amazonas escreveu dois livros: Heróis da decadência Reflexões sobre o humor, com estudos sobre Petrônio, Cervantes e Machado e O ciclo do ouro negro, ensaio de interpretação da realidade amazônica. Voltando a Porto Alegre, dirigiu o vespertino Folha da Tarde. Dessa fase breve, resultou Novas cartas persas, sátira em torno da situação político-social.

Consagrou-se mais intensamente à literatura com o golpe de 1937. Publicou, em 1938, o ensaio Eça de Queirós e o século XIX e o romance Um rio imita o Reno, ao qual conferiu-se, em 1939, o Prêmio Graça Aranha. Colaborou em La Prensa. E, como representante do Rio Grande, fez conferências na Exposição do Livro Brasileiro em Montevidéu e falou na inauguração do auditório da Gazeta, de São Paulo, em que colaborava.

Em 1942 foi nomeado membro do 2o Conselho de Contribuintes, em Porto Alegre. E foi promovido para o quadro dos agentes fiscais do Distrito Federal. Nesse mesmo ano, fez no Itamarati a convite da Casa do Estudante do Brasil a conferência Uma interpretação da literatura brasileira, publicada em opúsculo e traduzida para vários idiomas, na qual ele procurou interpretar a literatura brasileira através do que chamou "ilhas de cultura mais ou menos autônomas e diferenciadas", caracterizada cada uma pelo seu genius loci particular.

Ainda em 1942, a convite da Fundação Guggenheim, embarcou para os Estados Unidos, onde se demorou oito meses e escreveu artigos para o New York Herald e algumas revistas americanas. De 1946 a 1950, serviu na Delegacia do Tesouro em Nova York, quando começou a escrever uma biografia de Lincoln. Em 1950 foi nomeado representante do Brasil junto à Comissão de Assuntos Sociais das Nações Unidas e, nesse caráter, participou em Nova York e Genebra de todas as reuniões da Comissão. Em 1952, indicado pelo Brasil, foi eleito pelo Conselho Internacional Cultural para representar o Brasil na Comissão de Ação Cultural da OEA, com sede no México. Vianna Moog ali residiu por mais de dez anos, como presidente da Comissão.

Participou em 1956, como presidente da Comissão, da 2a Reunião do Conselho Interamericano Cultural. Em 1959 representou o Brasil na 3a Reunião do CIC, em Porto Alegre.

Nomeado de novo para a Comissão Social das Nações Unidas em 1961, foi eleito seu presidente para a XIII Sessão. Em 1963 elegeu-o a Comissão para integrar o Conselho Superior do Instituto Internacional de Pesquisa para o Desenvolvimento Social, com sede em Genebra. Em 6 de setembro de 1969 renunciou ao mandato na Comissão da OEA, aposentando-se a seguir no cargo de fiscal do imposto de consumo. Foi membro do Conselho Federal de Cultura.

Obras: Heróis da decadência, ensaio (1939); O ciclo do ouro negro, ensaio (1936); Novas cartas persas, sátira (1937); Eça de Queirós e o século XIX, ensaio (1938); Um rio imita o Reno, romance (1938); Uma interpretação da literatura brasileira, ensaio (1942); Nós, os publicanos, ensaio (1946); Mensagem de uma geração, ensaio (1946); Bandeirantes e pioneiros, estudo social (1954); Uma janela para Ulisses, novela (1959); Tóia, romance (1962); A ONU e os grandes problemas, política (1965); Obras completas de Vianna Moog (1966); Em busca de Lincoln, biografia (1968).